cada dia era um dia.
cada hora dizia
algo novo sobre ser mulher,
sobre ser maior,
sobre o medo e o amor.
cada olhar, cada adeus,
cada gesto dos seus,
era luz, era choro, era canto,
era pouco e era tanto,
no seu manto de cor!
e, no fundo,
a fobia da coragem
essa eterna viagem.
bem tentava curar,
para ter algo de seu.
mas, só no nada querer,
ela nada perdeu!
toda a gente dizia:
“suga-me até ao tutano
e chama-me vida!
deixa-me ser a paragem da tua corrida.
mesmo os rios mais inquietos descansam no mar,
não quero que um dia caias de tanto voar!”
e ela respondia:
“voo porque lá em cima me deixam sonhar!
cada paragem que faço é só para descansar.
mas levo tudo em minhas águas,
não quero apagar-te.
chamo-te vida se dela quiseres fazer parte!"
cada chão era um palco.
cada rua um teatro.
mesmo um erro eram sábios miúdos a chorar por um sorriso.
era fácil sofrer:
se temia, arriscava!
se gostava, beijava!
sem qualquer preconceito ou mensagem
que à sua passagem ensinava a viver...
a maior influência na minha personalidade. a maior influência na minha vida. não estou a falar dos anaquim, não estou a falar do rebola, não estou a falar do poema desta canção, não estou a falar de um caso amoroso ou de uma paixoneta, não estou a falar de mim próprio. até logo.