vá, mandem em mim!
mandem em mim porque só penso em preguiça!
mandem em mim porque tenho preguiça de pensar!
isto é inimaginável, ora imaginem...
quero ser eu mesmo, mas muito devagar.
cada vez passa mais rápido, esta hora!
não quero ser como ninguém, mas já agora...
alguém viu o alberto, o fernando, o álvaro, o ricardo e o bernardo?
aquele do desassossego, sim!
é meia noite e daqui a nada é meio dia
eu penso no tempo que passou, no que vi...
mas esse... esse com a pressa já nem escrevia poesia
e eu? tento evitar a prosa mas os meus versos ficam cada vez maiores.
quero fazer com que os meus versos livres, muitas vezes longos, surjam cheios de assonâncias, onomatopeias, aliterações, enumerações excessivas e recursos variados, como metáforas ousadas, oxímoros, personificações e hipérboles.
estou a matar a minha poesia amadora ao escrevê-la assim.
estou a escrevê-la, e ao mesmo tempo a falar dela: assim está mal.
(é o que dá ter preguiça de pensar: mandem em mim!)
e o pior de tudo é que nem consigo ser paradoxial.
e se não estivesse a escrever, que tal?
esta frase é falsa.
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