quinta-feira, 10 de abril de 2008

vai uma rapidinha?

não há palavras... talvez só para dar créditos aos capitão romance, a quem eu pedi a foto "emprestada"...

hoje apetece-me dizer isto:

faz dos teus defeitos a tua imagem de marca.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

mark knopfler no campo pequeno

aqui deixo o artigo que escrevi no 13ªarte, pode interessar a algum dos leitores do barulho branco também: ;)

se há algo de diferente que mark knopfler reflecte em palco, é o facto de ser ele próprio: sem grandes euforias e com uma serenidade autêntica. num campo pequeno lotado e quente, à espera deste senhor da guitarra, até o nome da praça deveria ser adaptado. o concerto começou sem demoras às 21:30 em ponto sem banda de abertura.


O ex-dire straits sobe ao palco acompanhado de uma explosão de palmas que aqueciam os ouvidos a quem estivesse lá no meio. mark arranca os primeiros acordes de cannibals, e, sempre num estilo calmo e de ambiente de café rock/blues vai fazendo a guitarra chorar em why aye man e what it is. segue-se sailing to philadelphia, com direito a chuva de aplausos e true love will never fade, pela primeira vez tocado em portugal e primeiro tema do último àlbum cria o primeiro momento profundo e ao mesmo tempo romântico da noite, com o público já quente e envolvido com a banda. the fish and the bird continua o momento romântico e dá um toque de euforia, juntamente com hill farmer's blues, que preparam o ambiente para a primeira euforia da noite.


nem é preciso começar a soltar os acordes, quando knopfler saca da sua national style 0 resonator (e mesma da capa de "brothers in arms") brilhando por todos os lados da plateia e lugares sentados, o público abafa todo o espaço com aplausos e assobios: chega romeo and juliet e se o público já estava dentro do romantismo esta balada clássico veio para soltar as primeiras lágrimas aos mais sensíveis. então sultans of swing foi o orgasmo total, com chuvas de asobios, aplausos e gritos ao fim de cada solo.


marbletown, daddy's gone to knoxville, postcards from Paraguay e Speedway at Nazareth vieram mostrar que há Mark Knopfler para além de Dire Straits e que com grandes ritmos se conseguem criar grandes solos com todos os instrumentos presentes e o grande público a desforrar-se em métodos de comunicação eufórica que chegam aos ouvidos de Knopfler pedindo por ainda mais virtuosismo e para vir mais um clássico da melhor banda dos anos 80: Telegraph Road, considerado pelas mais de 8000 pessoas que preenchiam cada cadeira e toda a parte da plateia o momento mais alto da noite, trouxe momentos - longos mas curtos momentos - de virtuosismo, euforia, energia e concentração energética que, em alguns casos, foram despejadas sob a forma de lágrimas ou saltos durante quase um quarto de hora de guitarradas e pianadas.


Os 7 elementos da banda alinham-se e fazem uma vénia no que parecia ser, não a despedida, mas a pausa para o chá. Voltaram em grande com a linda e maravilhosa Brothers in Arms, com telemóveis e isqueiros a luzir, mãos no ar a abanar calmamente de um lado para o outro e um amiente extremamente intenso que provou que todos ali vivemos, realmente, no mesmo mundo (pelo menos até à meia-noite e meia), em que todos cantavam a letra da música e ficavam depois boquiabertos a olhar para a mão esquerda de Mark Knopfler durante aqueles solos.

Our Shangri-La foi a melhor ressaca musical que se pôde alguma vez ter, que também serviu de aperitivo para o que viria a ser a última "bebedeira" da noite: o público já levantado a pensar que era para ir embora lá descobriu que ainda viria mais uma bela surpresa e nem se voltou a sentar. Preferiram acompanhar aos pulos e de luzes brancas bem apontadas para os espectadores a voz do famoso guitarrista a cantarolar: "You're so far away from me", com os braços a agitar no ar desgraçando o campo de visão dos mais pequenos que estavam na plateia.

O concerto acaba então com o típico e sempre magnífico Going Home, aquela sinfonia resumida a 7 "rapazes" que, apesar de já andarem na casa dos 50, conseguiram da um espectáculo que deixaria qualquer pessoa no seu perfeito juízo em estado de êxtase. Felizmente, estávamos todos bem.


O alinhamento do concerto foi o seguinte:

Cannibals
Why Aye Man
What It Is
Sailing to Philadelphia
True Love Will Never Fade
The Fish And The Bird
Hill Farmer's Blues
Romeo & Juliet
Sultans of Swing
Marbletown
Daddy's Gone to Knoxville
Postcards from Paraguay
Speedway at Nazareth
Telegraph Road
______________

Brothers in Arms
Our Shangri-la
So far Away
Going Home


Texto e fotos: David Akired com excepção da segunda foto, tirada por Joost De Raeymaeker.

terça-feira, 1 de abril de 2008

e pronto, às vezes embarco em conversas banais.

levanto-me às sete horas da manhã, rumo a mais um dia de aulas. o leitor de música está habituado a abafar o ruído matinal, mas hoje foi diferente: o autocarro estava em silêncio total, o rádio que costuma estar na rfm estava hoje desligado e a própria condução do chauffeur estava mais suave. acho que foi o único dia em que consegui apreciar pink floyd no autocarro com o volume do leitor de música a 7. aqui já eram 8:10h, mas o relógio do autocarro dizia que eram 6 horas.

após esta calma, chego à estação de tondela e compro o meu bilhete de autocarro para ir ver mark knopfler a lisboa na sexta-feira. começo as aulas, normalmente, com o ruído habitual. pelo caminho, acaba o dark side of the moon e começa a frágil, jorge palma.

este momento do autocarro foi o melhor momento do meu dia, ou seja, basicamente o meu dia foi uma seca.


"põe-me o braço no ombro,
eu preciso de alguém
dou-me com toda a gente,
não me dou a ninguém
frágil... sinto-me frágil.

faz-me um sinal qualquer

se me vires falar demais
,
eu às vezes embarco
em conversas banais
frágil... sinto-me frágil.

frágil,
esta noite estou tão frágil
frágil,
já nem consigo ser ágil

está a saber-me mal
este whisky de malte,
adorava estar 'in'
mas estou-me a sentir 'out'
frágil, sinto-me frágil.

acompanha-me a casa
já não aguento mais,
deposita na cama
os meus restos mortais
frágil, sinto-me frágil.

frágil,
esta noite estou tão frágil
frágil,
já nem consigo ser ágil..."


quem já não se sentiu assim? eu sim, neste momento. mas, se ninguém já se sentiu assim (o que acho improvável), já sou eu e o palma, quando compôs a música.

até amanhã.