segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

barulho branco? mas porquê?

uma coisa que já me perguntaram: porque é que o meu blog se chama barulho branco? não, ainda não é desta que vou explicar (não é porque não quero, é mesmo porque tem vários sentidos e agora não me apetece estar a escrevê-los). mas para quem não sabe o que é um barulho branco, a explicação é simples: um barulho branco é um barulho baixo, contínuo, como a água a correr, as máquinas a trabalhar, o barulho do vento, et caetera. e com esta história encontrei na internet um vídeo muito pouco comum.



uma coisa é certa: a chuva é um barulho branco.

e chove... (e quem disse que não gosto assim?)


o tempo anda triste, calmo, sossegado.
os animais dormem, os pássaros esperam, as nuvens choram.
as pessoas correm na rua, abrigam-se e aquecem-se nos casacos.
as estradas são rios, de água e de gente parada por causa dos acidentes.
as praias andam desertas, o mar vai recebendo a água da areia e do céu.
o inverno tem o seu clímax atenuado, espalhado, suave e eufórico.
as estrelas já nem se vêem de noite, e o sol mal se vê de dia.
o azul claro tornou-se cinzento. o azul escuro tornou-se preto. ás vezes neva e tudo fica branco.

e chove...


(não percebo porque é que tanta gente não gosta de dias destes e adora dias de sol. eu gosto de ambas as estações da mesma maneira: se fosse sempre verão fartava-me, se fosse sempre inverno me fartaria igualmente. o ano está bem assim. quando chegar o verão vou adorar andar de t-shirt e aproveitar a praia e o sol. mas por agora deixem-me pegar no impremeável e sentir a chuva e aquecer-me do frio. deixem-me ver a noite a cair quando ainda estamos a meio da tarde, e o dia a nascer quando já estamos a meio da manhã. deixem-me ir à janela quando estou em lisboa e ver as pessoas a correr no meio da rua com o jornal na cabeça. não tenho problemas em andar com água a escorrer pelo cabelo quando o posso fazer. não gosto de guarda-chuvas. mas tenho um que diz 'passion for rain'.)

domingo, 7 de dezembro de 2008

'if i could fly or death and all his friends'

é tão giro quando surgem êxitos bonitos de se ouvir...

...mas que afinal não passam de plágio.

os coldplay não são uma banda que eu venere, apesar de terem duas ou três musiquitas que até nem desgosto. bem, lançaram o novo álbum 'viva la vida or death and all his friends' e o segundo single, supostamente escrito pelos próprios coldplay, 'viva la vida'. acontece que o joe satriani lá deve ter ouvido a rádio nestes últimos dias e processou os meninos de plágio. resumindo, 'viva la vida' é uma cópia chapada de 'if i could fly': a mesma melodia, progressão de acordes, os solos completam-se, o mesmo tempo. no single e no álbum a música está creditada para os 4 dos coldplay. vejam com os vossos próprios ouvidos (esta foi de propósito):



sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

aujourd'hui: je veux aller a paris.

hoje apetece-me publicar uma foto.

tirei esta fotografia em agosto de 2007, enquanto esperava que a chuva passasse no centro histórico de paris... é bastante simples, mas algo nesta foto consegue reunir quase todos os aspectos de um dia típico na cidade mais bela do mundo: a chuva, as nuvens, o trânsito leve, os edifícios cinzentos. claro que esta descrição soa a uma segunda de manhã engarrafado na 2ª circular em pleno inverno, mas ao vivo estes aspectos ganham todos uma nova dimensão. paris é assim. mas há qualquer coisa que liga tudo isto e mais alguma coisa, inexprimível por palavras. esta cidade está no topo das cidades que se deve visitar antes de morrer. e com razão.

uma viagem à europa depois voltei à mesma paragem, desta vez de noite. vou dormir.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

isto não tem título.


vá, mandem em mim!
mandem em mim porque só penso em preguiça!
mandem em mim porque tenho preguiça de pensar!

isto é inimaginável, ora imaginem...
quero ser eu mesmo, mas muito devagar.
cada vez passa mais rápido, esta hora! 
não quero ser como ninguém, mas já agora...

alguém viu o alberto, o fernando, o álvaro, o ricardo e o bernardo?

aquele do desassossego, sim!
é meia noite e daqui a nada é meio dia
eu penso no tempo que passou, no que vi...
mas esse... esse com a pressa já nem escrevia poesia
e eu? tento evitar a prosa mas os meus versos ficam cada vez maiores.

quero fazer com que os meus versos livres, muitas vezes longos, surjam cheios de assonâncias, onomatopeias, aliterações, enumerações excessivas e recursos variados, como metáforas ousadas, oxímoros, personificações e hipérboles.

estou a matar a minha poesia amadora ao escrevê-la assim.
estou a escrevê-la, e ao mesmo tempo a falar dela: assim está mal.
(é o que dá ter preguiça de pensar: mandem em mim!)
e o pior de tudo é que nem consigo ser paradoxial.
e se não estivesse a escrever, que tal?

esta frase é falsa.