terça-feira, 1 de abril de 2008

e pronto, às vezes embarco em conversas banais.

levanto-me às sete horas da manhã, rumo a mais um dia de aulas. o leitor de música está habituado a abafar o ruído matinal, mas hoje foi diferente: o autocarro estava em silêncio total, o rádio que costuma estar na rfm estava hoje desligado e a própria condução do chauffeur estava mais suave. acho que foi o único dia em que consegui apreciar pink floyd no autocarro com o volume do leitor de música a 7. aqui já eram 8:10h, mas o relógio do autocarro dizia que eram 6 horas.

após esta calma, chego à estação de tondela e compro o meu bilhete de autocarro para ir ver mark knopfler a lisboa na sexta-feira. começo as aulas, normalmente, com o ruído habitual. pelo caminho, acaba o dark side of the moon e começa a frágil, jorge palma.

este momento do autocarro foi o melhor momento do meu dia, ou seja, basicamente o meu dia foi uma seca.


"põe-me o braço no ombro,
eu preciso de alguém
dou-me com toda a gente,
não me dou a ninguém
frágil... sinto-me frágil.

faz-me um sinal qualquer

se me vires falar demais
,
eu às vezes embarco
em conversas banais
frágil... sinto-me frágil.

frágil,
esta noite estou tão frágil
frágil,
já nem consigo ser ágil

está a saber-me mal
este whisky de malte,
adorava estar 'in'
mas estou-me a sentir 'out'
frágil, sinto-me frágil.

acompanha-me a casa
já não aguento mais,
deposita na cama
os meus restos mortais
frágil, sinto-me frágil.

frágil,
esta noite estou tão frágil
frágil,
já nem consigo ser ágil..."


quem já não se sentiu assim? eu sim, neste momento. mas, se ninguém já se sentiu assim (o que acho improvável), já sou eu e o palma, quando compôs a música.

até amanhã.

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