numa das minhas aulas de filosofia, eis que vi pela primeira vez o filme "american history x", que aborda as referências nazis. o filme relata a história do declínio de uma família americana, tipicamente nazi e anti-semitista. de forma geral, racista. derek é skinhead e o seu irmão mais novo, danny, vai nos seguimentos do irmão. desde paredes de quartos com cruzes suásticas enormes a negros a serem mortos com os dentes encostados ao lancil, levando um pontapé na nuca (imagem extremamente chocante, diga-se de passagem), actos que seguem à risca as regras de adolf hitler são cometidos ao longo do filme. isto é um filme, mas movimentos deste género ainda existem.
o que fará tais pessoas a rejeitar violentamente outros grupos étnicos?
porque existem movimentos de crueldade para com a raça negra como o ku klux klan?
é estúpido, numa época em que a igualdade (sexos, padrões, classes sociais, et cætera) e a solidariedade estão tão em voga. mas derek sai-se mal, pois apesar da sua estadia na prisão o ter feito aprender a lição (um negro permitiu que ele saísse de lá vivo), já vai tarde, e o feitiço virou-se contra o feiticeiro: danny é morto numa casa de banho por um negro (final do filme) e derek sofre (afinal ele pode odiar os negros mas continua a ter sentimentos, tal como toda… quase toda a espécie humana, não é?).
este filme é obra-prima no tema em que está inserido, e tal sucede no que toca ao seu teor filosófico (e científico, penso que as duas ciências se compilam perfeitamente). para além de me fazer pensar nas origens do ser humano (que, por acaso, tomou lugar em áfrica), faz-me lembrar outros rituais completamente descontextualizados, como as tribos e o veganismo; talvez por fazerem todas parte de escolhas (ou tradições, mas deixemos isso de parte) que uma pessoa faz ao longo da vida. e isso mostra-nos a complexidade do ser humano: pois se queremos matar os pretos, ou se optamos por nos alimentar e viver sem causar sofrimento aos animais, ou se decidimos viver como eles no meio da selva, é porque algo nos despertou a tal: temos razões para tal. logo, isso permite-me concluir que a escolha é fruto dos nossos costumes, dos nossos azares e vivências, mas, e acima de tudo, fruto de um factor impressionante: a nossa inteligência.
este filme pode ser datado de 99, mas lá por ser do nosso século natal não quer dizer de forma alguma que esteja descontextualizado. o racismo - é estúpido mas é a verdade - existe. e só mesmo as mentes mais retrógradas e perturbadas ainda seguem as regras da “raça limpa”.
estamos no século xxi? pois, não me parece…
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